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Médicos americanos criticam exame de esforço em check-up

MARIANA VERSOLATO 
 
Painel de especialistas divulga parecer contrário à indicação do teste para pessoas sem sintomas cardíacos
 
Falsos-positivos podem desestimular atividade física, diz o grupo; para cardiologista brasileiro, parecer é equivocado
 
Médicos americanos do U.S. Preventive Services Task Force divulgaram um parecer contrário ao pedido de teste de esteira em check-ups para pessoas sem sintomas de doença cardíaca.
 
A força-tarefa é formada por especialistas em prevenção que fazem recomendações quanto ao rastreamento de doenças em pessoas sem sintomas após extensa revisão de estudos publicados.
 
O mesmo grupo divulgou, no ano passado, uma recomendação contra a realização de exame de sangue para detectar câncer de próstata (PSA) como teste de rotina.
 
Segundo as recomendações dos médicos, publicadas ontem no periódico "Annals of Internal Medicine", adultos sem diagnóstico ou sintomas de doença cardíaca (como dor no peito) e com baixo risco de ter algum problema cardiovascular não devem se submeter ao teste de esforço. O risco é definido por vários fatores, como pressão alta, tabagismo, idade avançada, obesidade e diabetes.
 
MAIS DANOS
 
O teste pode, inclusive, trazer mais problemas do que benefícios para a população com pouca probabilidade de ter uma doença cardíaca, afirma o grupo de especialistas.
 
Um resultado que indica uma doença inexistente pode levar a exames invasivos e tratamentos desnecessários, sem contar o medo e a ansiedade que podem afastar as pessoas da atividade física.
 
Segundo Armando Norman, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina da Família, o teste de esforço na esteira é de baixa qualidade em pessoas assintomáticas.
 
"Tem pouca sensibilidade e especificidade. Se usam o teste de forma irresponsável, as pessoas correm o risco de ser rotuladas como cardíacas e ter o senso de saúde plena abalada com a possibilidade da doença", afirma.
 
Já na população de risco moderado e alto, o relatório afirma que as evidências são insuficientes para apontar os benefícios e danos do teste.
 
Isso significa que o médico deve avaliar caso a caso para indicar o exame.
 
Mas, de acordo com Carlos Hossri, cardiologista do HCor (Hospital do Coração), os médicos da força-tarefa se baseiam em uma visão errada ao fazer tal recomendação.
 
"Eles não consideram grandes estudos epidemiológicos e diretrizes que mostram os benefícios do teste na população de maior risco."
 
Hossri diz que o teste é indicado para pessoas de alto risco, com histórico familiar e que vão iniciar uma atividade física, mesmo sem sintomas de doença cardíaca.
 
"É uma ferramenta útil que orienta o prognóstico, e só quem não é do 'métier' para falar que não tem validade."
 
Já Norman diz que, mesmo ao iniciar a atividade física, a história clínica pode ser mais importante, e deve prevalecer o bom senso de começar de forma moderada.
 
"Hoje há uma epidemia de check-up. A pessoa não tem doença nem sintoma, mas busca segurança na tecnologia para dizer que está bem."
 
Fonte: Folha de S. Paulo


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