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Um terço dos implantes dentários do país é pirata

23 de fevereiro de 2015
 
Fonte: Folha de São Paulo
 
Produtos não têm garantia de qualidade e podem causar graves infecções
 
Peças são anunciadas pela internet, onde pinos que custariam até R$ 500 são vendidos a partir de R$ 10
 
Um terço dos 2,2 milhões de implantes dentários feitos anualmente no país é produto de pirataria.
 
A estimativa é da Abimo (associação da indústria de equipamentos médicos e odontológicos), baseada na comparação entre o número de procedimentos e o de produtos vendidos legalmente.
As peças piratas podem causar problemas que vão da queda do dente artificial até graves infecções na boca.
 
Muitas das vendas ilegais são feitas pela internet. Há páginas no Facebook anunciando pinos a partir de R$ 10 --no mercado legal, o preço varia de R$ 300 a R$ 500.
 
O assunto foi debatido em congresso internacional de odontologia e está levando dentistas, empresários e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a discutir o rastreamento dos implantes até o usuário final.
 
A implantodontia é uma das áreas que mais crescem na odontologia. Em cinco anos, o número de especialistas com registro no Crosp (Conselho Regional de Odontologia do Estado de São Paulo) mais do que duplicou, passando de 968 para 2.423.
 
A especialidade também liderou o número de denúncias contra dentistas em 2014, a maioria por problemas técnicos e serviços malfeitos.
 
"Tem gente comprando um torno e fabricando implantes na garagem. E o que é mais preocupante: tem dentista comprando", diz o superintendente da Abimo, Paulo Henrique Fraccaro.
 
Para ele, além de desleal do ponto de vista mercadológico, a prática é criminosa. "Não sabemos se as peças têm condições mínimas de qualidade. Podem causar danos físicos e financeiros."
O implante é composto pelo pino de titânio inserido no osso da boca e uma outra peça em que a prótese será cimentada ou parafusada.
 
Os implantes com registro na Anvisa passam por uma série de testes, como o de resistência e de esterilidade. O material também é desenvolvido para não causar rejeição.
Segundo a Abimo, as peças mais pirateadas são as que se fixam nos pinos. Normalmente, elas são feitas com dimensões de encaixe mais folgadas, o que faz com que se afrouxem. Nesse espaço, pode haver proliferação de bactérias.
 
O grande atrativo para os dentistas usarem implantes piratas é o preço. A peça completa chega a custar 60% a menos do valor cobrado pelos fabricantes oficiais --R$ 700 a R$ 3.500.
 
Hoje, as empresas não têm obrigação legal de identificar suas peças para que possam ser rastreadas diante de um problema. Assim, segundo Claudio Miyake, presidente do Crosp, fica difícil comprovar que uma infecção foi causada por um implante pirata.
 
Segundo ele, a categoria espera a aprovação de um projeto de lei estadual que obrigará a venda de produtos odontológicos com a devida identificação.
 
"O que a gente sabe é que o fracasso de um implante tem relação direta com a qualidade do material", diz o cirurgião-dentista Reinaldo Papa, que já atendeu vários casos de vítimas de implantes piratas ou de má qualidade.
 
A comerciante Maria Elvira Inácio de Melo, 57, é uma delas. Há oito anos, ela perdeu nove implantes dentários por má qualidade do material, o que foi descoberto após a peça ser retirada da boca.
 
 "Uns oito meses depois de fixados, ele começaram a ficar moles e caíram", conta.
Segundo o cirurgião-dentista Rodolfo Candia Alba Júnior, da Conexão Sistemas de Prótese, uma estratégia das empresas para fazer frente aos concorrentes piratas tem sido dar aos dentistas garantia vitalícia dos implantes.
 

CLÁUDIA COLLUCCI DE SÃO PAULO 



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