As duas principais entidades que representam os obstetras e ginecologistas reconhecem que a lotação das maternidades às vésperas de feriados é recorrente e dizem que a única explicação é o "parto com hora marcada".
O médico Corintio Mariani Neto, secretário-geral da Sogesp (Associação de Obstetricia e Ginecologia de SP), diz que as cesáreas são agendadas por comodidade do profissional e da gestante.
Ele recomenda que os profissionais aguardem a mulher entrar em trabalho de parto e, caso agendem uma cesárea, optem em fazer isso após a 39ª semana de gestação.
A obstetra Brena Melo, conselheira da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), diz que as gestantes precisam se informar sobre os riscos antes de aceitar agendar o parto.
Em boa parte da Europa, as cesáreas eletivas não acontecem sem real indicação.
Nesses países, as gestantes em geral são atendidas por parteiras, que encaminham o caso para os médicos apenas quando há alguma intercorrência mais grave.
As direções dos hospitais Santa Joana e Pro Matre informaram que os agendamentos são controlados e que é dada preferência para internações de urgência.
O Einstein disse que na semana que antecedeu o último feriado houve o número habitual de cesáreas agendadas. O hospital Santa Catarina informou que "seus leitos atuais atendem a demanda relacionada aos partos emergenciais".