Endereço: Rua José Antônio Marinho, 450
Barão Geraldo - Campinas, São Paulo - Brasil
Cep: 13084-783
Fone: +55 19 3289-5751
Email: idisa@idisa.org.br
Adicionar aos Favoritos | Indique esta Página

Entrar agora no IDISA online

Conselho critica vinda de médicos cubanos

08 de maio de 2013
 
Segundo CFM, falta qualidade na formação desses profissionais e os 'importados' não têm se mantido nas cidades do interior do Brasil
 
Laís Alegretti
 
Em uma ofensiva contra a "importação" de médicos cubanos, o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou ontem números que contestam a decisão do governo da presidente Dilma Rousseff de trazer 6 mil profissionais formados na ilha para o Brasil. Os dados indicam a falta de qualidade da formação dos cubanos e apontam que os "importados" não têm se mantido no interior do País.
 
Os médicos vindos de Cuba não se destacam na comparação com outros profissionais graduados fora do Brasil, segundo os resultados da prova de revalidação do diploma estrangeiro, o Revalida. Dos 182 candidatos com diploma cubano que fizeram o teste em 2012, 20 foram aprovados - 10,9%.
 
Esse número não é muito diferente da proporção de estrangeiros que passaram no teste, de 8 a cada 100. Mas o porcentual de aprovação de inscritos que estudaram em Portugal e Venezuela, por exemplo, é maior- 37,5% e 26,6%, respectivamente. De acordo com o CFM, não se justificaria a adoção de uma política de importação pró-Cuba.
 
Para o presidente em exercício do CFM, Carlos Vital, a formação em Cuba é feita em escala industrial e sem qualidade.
 
Ele diz que se esses profissionais não fizerem a revalidação do diploma estrangeiro, como tem sido exigido nos últimos anos, a situação ficará temerá- ria e levará grandes riscos à população. "Uma política que supõe a premissa de 6 mil médicos vindos de Cuba sem revalidação de diploma é absolutamente incoerente. Só podemos encontrar explicação em fins eleitoreiros", acusou.
 
Pedido. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse ontem que esse é um pedido dos governos municipais. "Os novos prefeitos apresentaram para a presidenta Dilma uma demanda da grande dificuldade para atrair médicos para as áreas mais carentes. Esse é um dos nós mais críticos para levar saúde à população." De acordo com o governo, os cubanos teriam vistos temporários e ficariam no Brasil por um prazo determinado, sem inicialmente a necessidade de obter revalidação.
 
Padilha negou, porém, que os médicos estrangeiros poderão atuar sem teste. "Descartamos qualquer proposta de validação automática de diploma", disse.
 
Também não é considerada, segundo o ministro, a política de atração de médicos de países que têm menos profissionais, como Bolívia e Paraguai.
 
Interior. Vital ainda apresentou levantamento sobre a situa- ção dos quase 7 mil médicos com diploma estrangeiro que entraram no País nos últimos dez anos. Segundo ele, 42% estão no Estado de São Paulo. Ele se mostrou contra a atuação desses médicos até nas cidades que hoje não têm atendimento razoável. "A pseudo-assistência é mais grave que a falta de assistência. Quando você não tem um médico na sua cidade, pode buscar na cidade ao lado e ter um atendimento de qualidade adequada."
 
Justificativa 'Não se faz saúde sem médico' Alexandre Padilha MINISTRO DA SAÚDE
 
PARA LEMBRAR
 
Em 2003, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou uma negociação, avalizada pelo então ministro da Educação, Tarso Genro, de um convênio entre Brasil e Cuba para dispensar a revalidação de diplomas, mas as conversas não prosseguiram. Na gestão Dilma Rousseff, o governo decidiu bancar uma espécie de cursinho para que cubanos possam atuar no Brasil - a medida ainda não saiu do papel. Em 2012, o governo voltou a discutir o afrouxamento de regras para revalidar diploma.
 
A prova do Revalida é tida como a principal barreira para a entrada desses profissionais.
 
Fonte: O Estado de S. Paulo


Meus Dados

Dados do Amigo

Copyright © . IDISA . Desenvolvido por W2F Publicidade