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Uso racional de medicamentos

30 de abril de 2013

Fazer uso correto de um fármaco exige cautela. Por isso, 5 de maio é o Dia do Uso Racional de Medicamentos no Brasil

Segundo definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso racional de medicamento ocorre quando o paciente recebe o remédio apropriado a sua condição clínica (doença) em doses adequadas às necessidades individuais por um período de tempo determinado e ao menor custo possível, tanto para o paciente como para a comunidade.

Ter uma farmácia em casa requer uma série de cuidados, a começar por manter os produtos em um ambiente arejado e fora do alcance das crianças. A cautela é redobrada no caso da validade do remédio

Foto: Divulgação

Por isso, cada conduta do processo - desde a indicação do fármaco até seu uso - possui um dever específico. As responsabilidades são claras e bem pontuais. O cidadão deve sempre esclarecer suas dúvidas por meio de centros de informação, e denunciar possíveis irregularidades em órgãos públicos encarregados desta fiscalização, principalmente quanto à venda de medicamentos em estabelecimentos não autorizados e a falsificação de produtos. Parece algo elementar a ser cumprido, mas a realidade - de fato - é bem outra.

"O cidadão é corresponsável por seu tratamento, assumindo o compromisso de realizá-lo de forma adequada", afirma a farmacêutica Eudiana Vale Francelino, do Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamentos do Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Ceará.

Cabe ao médico a tarefa de realizar a anamnese completa do paciente. De posse das informações, é possível evitar possíveis interações medicamentosas e reações adversas, garantindo o diagnóstico correto para prescrever a melhor opção terapêutica.

O farmacêutico, por sua vez, deve orientar bem o usuário, esclarecendo as dúvidas sobre o tratamento. E, ao laboratório cabe a missão de mapear toda a cadeia produtiva do medicamento de forma a assegurar um produto realmente seguro e eficaz.

Falta de informação

A automedicação é uma prática comum aos brasileiros. Dentre as razões, pode-se citar a falta de acesso aos serviços de saúde básicos para uma consulta médica, a superlotação desses serviços, o grande número de pacientes à espera de atendimento, a ausência de profissionais farmacêuticos nos estabelecimentos de saúde, e a propaganda excessiva de medicamentos por parte da indústria farmacêutica.

"A população, muitas vezes, sente-se desprotegida, porque tenta resolver o seu problema de saúde conforme o que ela tem acesso mais fácil. E a falta de informação agrava ainda mais esse quadro", explica Eudiana.

O uso indiscriminado de analgésicos e anti-inflamatórios (apesar deste último agora exigir apresentação de receita) é um exemplo clássico. "A automedicação pode agravar ou mascarar alguma doença. Um efeito adverso a longo prazo, por conta desse hábito, seria a nefrotoxicidade induzida por analgésicos". A nefrotoxidade é ocasionada por substâncias que podem gerar danos aos rins.

De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas (Sinitox), os medicamentos por agentes tóxicos estão entre os quatro primeiros lugares no Brasil em casos de intoxicação.

O uso indiscriminado de remédios pode resultar em diversos prejuízos à saúde, desde os leves aos mais graves e até fatais. "Isso depende de vários fatores como o tipo de droga e a forma como é administrada, a dosagem e a condição do paciente (idosos, crianças, neonatos, pacientes com problemas hepáticos e/ou renais, com imunodeficiências ou com hipersensibilidade alérgica)", pontua a farmacêutica.

Eudiana Francelino alerta que esse tipo de comportamento pode gerar reações indesejáveis desde uma simples coceira a uma hepatite medicamentosa. "Muitas vezes, não se percebe que a interação medicamentosa entre um anti-inflamatório administrado por automedicação e um anti-hipertensivo é capaz de gerar uma reação. A interação medicamentosa também pode decorrer da consulta a vários médicos especialistas e da ausência de informações fornecidas pelo paciente de que está tomando determinado remédio", descreve.

Prazo de validade

Verificar o período em que o produto poderá ser utilizado é fundamental em estudos de estabilidade que caracterizam o prazo de validade do remédio (impresso na embalagem). É preciso respeitá-lo. "Essa atitude evitará riscos de eventos adversos e efeitos indesejáveis adquiridos pelo uso do produto vencido", recomenda.

As condições de armazenamento também devem ser seguidas conforme as orientações contidas na embalagem. Do contrário, o fármaco pode perder ou reduzir sua eficácia mesmo que se encontre dentro do prazo de validade.

Pílula

Outro problema que acomete as mulheres, principalmente as adolescentes, é o uso indevido da pílula do dia seguinte, gerando alterações hormonais, dores de cabeça e náuseas. É preciso considerar que a pílula concentra grande quantidade de hormônios e, se administrada de forma incorreta, pode não resultar no efeito esperado. "Indico o uso de preservativos, pois previne a gravidez indesejada e as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs)", diz Eudiana.

A partir deste ano, o Ministério da Saúde disponibiliza gratuitamente a pílula do dia seguinte nos hospitais da rede pública, tornando ainda mais importante a presença de profissionais da saúde para prestar informações quanto ao uso seguro. A pílula anticoncepcional também é alvo frequente de uso inapropriado, devido ao fácil acesso sem orientação médica. O uso incorreto pode resultar em riscos para as crianças, fato potencializado em função das condições fisiológicas dos pequenos (desenvolvimento do metabolismo e excreção diferenciadas dos adultos).

O acesso a medicamentos no Brasil deve ser gerenciado para que não haja desabastecimento. "Quando se tem acesso correto ao remédio, reduz-se a ocorrência da ´empurroterapia´, atitude recorrente por parte dos balconistas de farmácia ou por indicação de vizinhos, amigos e familiares sobre a eficácia de um fármaco para uma determinada condição clínica".

Restringir a venda de antimicrobianos em farmácias, exigindo a receita médica e registrar dados da venda em um sistema próprio, oferecer assistência médica ajudar a conscientizar a população, segundo a farmacêutica, são medidas essenciais e capazes de gerar mudanças fundamentais no sentido de reduzir a automedicação.

Mais informações

Centro de Informação sobre Medicamentos (CIM-UFC)

Das 8h às 18h. De 2ª a 6ª feira (85) 3366.8293 / 3366.8276

Centro de Estudos e Informação sobre Medicamentos da Sesa

Das 8h às 17h. De 2ª a 6ª feira (85) 3101.4354 / 3101.4356

SAIBA MAIS deve ser adquirido em farmácias com registro sanitário fornecido pelo órgão de vigilância sanitária; certificado de regularidade expedido pelo Conselho Regional de Farmácia, mediante apresentação de receituário médico e conforme a posologia prescrita;

Em casos de dúvida, o usuário deve procurar um médico ou o farmacêutico do estabelecimento;

No ato da compra, o consumidor deve estar atento quanto a legitimidade do medicamento, certificando-se do selo de segurança existente na embalagem, de forma a evitar a compra de produtos falsificados; o prazo de validade e se a embalagem não foi violada; o medicamento de maneira adequada em domicílio, principalmente fora do alcance das crianças, assim como e m local fresco e ventilado, sem incidência direta da luz solar; atento à dosagem e à duração do tratamento; as embalagens, identificando os nomes dos medicamentos a serem administrados, principalmente no caso de idosos e crianças; o descarte correto dos medicamentos. O ideal é que não sejam jogados no lixo, evitando um possível uso por outras pessoas e a contaminação do ambiente. Deve-se separá-los em local específico e devolvê-los à farmácia onde foi adquirido ou em uma unidade de saúde para a incineração dos mesmos.

VICKY NÓBREGA

ESPECIAL PARA O VIDA

Fonte: Diário do Nordeste

 



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