Endereço: Rua José Antônio Marinho, 450
Barão Geraldo - Campinas, São Paulo - Brasil
Cep: 13084-783
Fone: +55 19 3289-5751
Email: idisa@idisa.org.br
Adicionar aos Favoritos | Indique esta Página

Entrar agora no IDISA online

Saúde quer agilizar contratação de mão de obra no Inca

06 de abril de 2013
 
Governo monta grupo para definir um novo modelo para o Instituto Nacional de Câncer, que sofre com a falta de funcionários
 
Clarissa Thomé
 
O Ministério da Saúde criou um grupo de trabalho para discutir um novo modelo de gestão para o Instituto Nacional de Câncer (Inca). O objetivo principal é facilitar a contratação de mão de obra. A instituição demitiu 148 funcionários terceirizados em janeiro e tem outros 633 ligados à Fundação do Câncer, que devem ser dispensados até o fim do ano, por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU).
 
A direção do Inca quer autonomia para repor profissionais. Hoje, em caso de aposentadoria ou falecimento de funcionário, por exemplo, a instituição não pode convocar candidatos aprovados no último concurso público -depende de autorização do Ministério do Planejamento.
 
"Autonomia é ter um quadro de pessoal aprovado, porque é preciso recursos para a manutenção desses funcionários, mas que você maneja como necessita. Qualquer que seja a solução, o regime de trabalho deverá ser celetista e não regime jurídico único. Porque isso engessa e não dá a flexibilidade necessária", diz o diretor-geral do Inca, Luiz Antônio Santini. O ingresso seria ainda por concurso público.
 
Santini reconhece que o tema é polêmico. "A sociedade brasileira precisa discutir profundamente seus problemas. É uma questão crítica. Sabemos que existe um posicionamento das corporações (sindicatos e centrais sindicais), mas tem de ser tratado. Todos os órgãos da administração pública reconhecem o anacronismo do modelo atual da prestação de serviço do Estado brasileiro, é um modelo que não atende mais às necessidades."
 
Em 2006, o TCU questionou a contratação de pessoal pela Fundação do Câncer, o que foi considerado terceirização de pessoal. O Ministério da Saúde, então, realizou concurso público, mas "nem o número de funcionários nem os perfis" atendiam às necessidades do Inca, segundo Santini. No fim do ano passado, o TCU estabeleceu em 6330 número máximo de contratações pela fundação e fixou prazo até dezembro para que todos os terceirizados sejam demitidos.
 
Demissões. Santini diz que, apesar das demissões, as áreas de assistência e pesquisa não foram prejudicadas. "Tivemos de minimizar danos, de forma que a dispensa não prejudicasse o atendimento. Apelamos para mecanismos transitórios, como as bolsas de pesquisa. O problema é que, terminada a bolsa, o profissional leva com ele o conhecimento. Bolsa de pesquisa é mecanismo de capacitação e recrutamento; não pode ser mecanismo de manutenção da força de trabalho", diz.
 
Em estudo. Duas experiências estão sendo estudadas pelos técnicos que atuam no grupo de trabalho do Ministério da Saúde: a do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, uma empresa pública de direito privado, e a da Rede Sarah, entidade de serviço social autônomo, de direito privado, sem fins lucrativos. "Qualquer que seja o modelo, é preciso criar mecanismo para garantir uma forma ao menos transitória de preservar essa força de trabalho. É a expeitise adquirida para cuidar do problema do câncer que está ameaçada", diz Santini.
 
Ele defende ainda a manutenção do papel institucional do Inca. "Queremos que o problema seja tratado em sua abrangência, não só assistencial e hospitalar, mas com formulação de políticas públicas, coordenação de ações nacionais de prevenção do tabagismo, de prevenção do câncer de colo do útero e mama, desenvolvimento de pesquisas e formação de recursos humanos."
 
O secretário da Associação de Funcionários do Inca, Nemézio Amaral Filho, criticou a falta de participação de funcionários do instituto no grupo de trabalho. "Estão demonizando o regime jurídico único, como se fosse o responsável pelo engessamento das contratações. Ao contrário, garante que o servidor possa trabalhar sem temer ingerência política", diz ele.
 
O ministério informou que o grupo de trabalho foi criado para "fortalecer a gestão do Inca", com o compromisso de manter o caráter da instituição "100% SUS" e manter "o papel fundamental do Incana formulação de políticas de combate ao câncer". O grupo de reúne no dia 15.
 
Opinião
 
LUIZ A. SANTINI
 
DIRETOR-GERAL DO INCA
 
"Todos os órgãos da administração pública reconhecem o anacronismo do modelo atual da prestação de serviço do Estado brasileiro."
 
Fonte: O Estado de S. Paulo


Meus Dados

Dados do Amigo

Copyright © . IDISA . Desenvolvido por W2F Publicidade