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Técnica anti-HIV também será testada contra a dengue

28 de fevereiro de 2013
 
Oxitec/Universidade de Oxford/Divulgação
 
O vírus da doença está presente na saliva do mosquito Aedes aegypti
Bruna Sensêve
 
Instituições de pesquisa no Brasil e nos Estados Unidos unem esforços na busca por uma vacina que combata ao mesmo tempo os quatro tipos de vírus da dengue. A parceria entre a Universidade de São Paulo, o Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa (IEP/HSL) e a Universidade de Miami inclui em seus trabalhos o novo sorotipo da doença, o Denv-4, que circula no país desde 2011 e é responsável por 52,6% dos casos registrados atualmente no Brasil. O grupo aposta em um conceito pouco convencional de vacina desenvolvido pelo pesquisador David Watkins, do Departamento de Patologia da Universidade de Miami, contra o HIV.
 
Usualmente, uma vacina tem como base a produção de anticorpos por células do sistema imune do organismo. Esses anticorpos são moléculas que circulam no sangue e se ligam ao vírus quando ele invade o corpo, sendo capaz de impedir que ele infecte uma célula sadia. Watkins, no entanto, percebeu que é possível estimular uma outra célula do sistema imune, a célula T, cuja função não é inibir a entrada dos vírus nas células, mas matar as que foram infectadas pelo vírus. O conceito já comprovado por estudos do pesquisador americano é usado para uma vacina contra o vírus HIV.
 
Em entrevista ao Correio, o professor David Watkins explicou que toda a abordagem usada para o HIV será adaptada para a dengue. Ele não considera essa transposição difícil, já que, para os dois vírus, pode ser usada exatamente a mesma técnica. O desafio está em trabalhar com um agente infeccioso muito diferente do causador da Aids. "Vamos desenvolver diferentes opções de vacinas que não podem ser testadas diretamente em humanos. Vamos descobrir o melhor tipo com testes em macacos para então iniciar o teste com pacientes", adianta.
 
Segundo o diretor de pesquisa do IEP/HSL, Luiz Fernando Reis, uma tecnologia desenvolvida pela empresa italiana de biofarmacêutica Okairos, que também está envolvida no novo projeto, consegue usar um vírus sintético para imunizar pacientes contra o vírus invasor. Reis explica que esses agentes produzidos em laboratório podem ser usados como vetores para a vacina que será desenvolvida pelo grupo. "O ideal é unir essa iniciativa à prática dos grupos nos Estados Unidos para trabalhar com macacos e definir as partes do vírus da dengue importantes para proteção", detalha. A contribuição brasileira está principalmente no vasto conhecimento das instituições do país ao lidar com a doença. "Nossa experiência está ligada ao manejo da população com dengue, aos estudos sobre o curso natural da doença e o próprio mecanismo de defesa dos pacientes."
 
Segundo Watkins, os primeiros resultados quanto a um possível sucesso do grupo internacional são esperados para 2014. As experiências em primatas são a especialidade do cientista americano, que também promete para o fim deste ano algumas novidades sobre sua pesquisa principal: a produção de uma vacina contra o HIV.
 
Fonte: Correio Braziliense


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