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Grupo quer cuidado precoce para mal renal

18 de dezembro de 2012
 
Entenda a doença renal crônica
JOHANNA NUBLAT
 
Cerca de 70% dos pacientes brasileiros que fazem hemodiálise não sabiam que tinham problemas nos rins antes
 
Taxa de morte desses pacientes aumentou 38% na última década; sociedade de nefrologia vai propor melhorias
 
Preocupados com o avanço das doenças crônicas e com o diagnóstico tardio das pessoas com disfunções nos rins, médicos e pacientes se reuniram para defender a necessidade de o governo traçar estratégias mais eficazes para enfrentar o problema.
 
Daniel Rinaldi, presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia, explica que existem duas questões centrais a serem resolvidas. A primeira é o fracasso em diagnosticar cedo o doente renal crônico.
 
A entidade diz que cerca de 70% dos pacientes que começam a fazer hemodiálise não sabem que eram renais crônicos e acabam sendo atendidos numa emergência.
 
"Estou no 1% que entrou na diálise pela porta da frente. Em geral, as pessoas entram pela ambulância", conta Lúcio Bernardes da Silva, presidente de uma associação de pacientes em Goiás.
 
Mesmo assim, Silva diz que o diagnóstico poderia ter vindo mais cedo, já que passou mais de uma década tentando descobrir por que sua urina tinha sangue. Depois de cinco anos de diálise, Silva fez um transplante neste ano.
 
O QUE FALTA
 
Apesar de o Ministério da Saúde ter orientações para que os testes de detecção (de urina e de sangue) sejam feitos nos pacientes com risco potencial para as doenças, falta algo que desperte a rede de atendimento para esse problema, afirma Maria Almerinda Alves, nefrologista e professora da Unicamp.
 
"Temos de chamar a atenção da equipe multidisciplinar. O diagnóstico não sai do especialista, sai da rede."
 
Outro trabalho a ser feito, continua Rinaldi, é estruturar a rede de atendimento, com a integração entre o atendimento básico (que faz o diagnóstico) e os especialistas - relativamente raros, presentes em 350 cidades.
 
O médico explica que, geralmente, o doente renal crônico é diagnosticado e acompanhado. Mas, frente a complicações, fica sem respaldo.
 
"Não tem para onde mandar num atendimento ambulatorial. Ele acaba piorando e procura o pronto-socorro."
 
Estudo da sociedade, divulgado no ano passado, indicou que a taxa de mortes desses pacientes aumentou 38% entre 2000 e 2010.
 
A diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do ministério, Deborah Malta, afirmou que a pasta vai atualizar em 2013 os protocolos para hipertensão e diabetes -principais fatores de risco para a doença renal crônica- direcionados aos profissionais da atenção básica.
 
Malta cita outras iniciativas já adotadas pela pasta nesse sentido, como acordos para a redução de sal nos alimentos e o programa de academias populares.
 
Ela discorda que não haja a rede estruturada e diz que o ministério gastou R$ 8 bilhões na área em quatro anos.
 
"Nosso diagnóstico é que o gargalo se encontra no manejo do paciente na atenção básica. Os protocolos são para qualificar a resposta."
 
A SBN se reuniu em Brasília, neste mês, com especialistas e representantes de pacientes. Deve produzir um documento com uma proposta de melhoria do panorama e entregá-lo ao governo.
 
Fonte: Folha de S. Paulo


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