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Maioria dos formandos de Medicina não passa em exame do Cremesp

Manifestação. Formandos da Unicamp protestam contra o exame: nesta edição, 4,2% dos avaliados boicotaram a prova
 
No primeiro ano da prova obrigatória do conselho paulista, 54% dos novos médicos avaliados não tiraram a nota mínima
 
Fernanda Bassette
 
Mais da metade (54,5%) dos recém-formados em Medicina do Estado de São Paulo foi reprovada no exame do Conselho Regional de Medicina (Cremesp). A prova, criada em 2005, se tornou obrigatória neste ano. Nas edições anteriores, a avaliação era voluntária, o que deixava a amostra vulnerável a erros.
 
A maioria dos atuais formandos acertou menos de 60% das 120 questões de múltipla escolha da prova. Elas envolviam temas das nove principais áreas da Medicina - entre elas clínica médica, saúde pública, saúde mental, pediatria e ginecologia. Em 2011 e em 2010 a reprovação foi mais baixa: 46% e 43%, respectivamente, mas a participação na prova também era muito menor.
 
Ao todo, 2.943 alunos se inscreveram para o exame desta edição. Mas a prova foi feita por 2.872 estudantes, ou 97,6% dos inscritos, sendo que 2.411 são de escolas de São Paulo. Já em 2011, por exemplo, apenas 418 alunos se inscreveram. Para tirar o CRM (registro profissional), é necessário apresentar o documento que comprove presença na prova, mas não é necessário ser aprovado no exame.
 
"As questões da prova eram básicas, de média e baixa complexidade. E, ainda assim, menos da metade conseguiu acertar 60% da prova. Lamentavelmente, áreas cruciais, como clínica médica, tiveram notas muito baixas", afirma Renato Azevedo, presidente do Cremesp.
 
Na prova, detalha Azevedo, são cobrados conteúdos básicos, como vacinas obrigatórias e a identificação e o tratamento de diarréia em crianças - as questões dessa prova específica não foram divulgadas.
 
Boicote. Dos formandos que fizeram a prova, 119 (4,2% do total) tiveram a prova invalidada por boicote - 86 marcaram apenas a letra B - ou por outras tentativas de anulação, como desenhos. Segundo o Cremesp, 99% dos que boicotaram são de instituições públicas.
 
O conselheiro Bráulio Luna, um dos coordenadores do exame, criticou o boicote. "São alunos extremamente egoístas. Estudam em universidades públicas, com dinheiro público, e quando se formarem vão atender em clínicas privadas, não vão para o Sistema Único de Saúde (SUS). Esse é o perfil dos boico- tadores. São parte de uma elite que não quer ser avaliada", disse.
 
Apesar de a legislação determinar a entrega do CRM para o re- cém-formado, mesmo que ele tenha boicotado o exame, o Cremesp tem segurado o registro profissional de alguns alunos que decidiram protestar. Os formandos da Unicamp Josué Augusto do Amaral Rocha, de 23 anos, e Marí- lia Francesconi Felício, de 27 anos, boicotaram o exame e não conseguiram tirar o registro profissional. Receberam uma carta afirmando que suas provas apresentavam inconsistências e, por isso, seriam revisadas. "É claramente uma forma de retaliação para atrasar a emissão do nosso CRM. Ficamos impedidos de exercer a profissão", diz Marília.
 
Azevedo, presidente do conselho, admitiu que as provas dos boicotadores serão reavaliadas, mas garantiu que os registros profissionais desses médicos serão entregues até 31 de janeiro.
 
Os recém-formados vão receber o resultado individual na prova comparando com a média geral. O Cremesp, porém, não vai divulgar a lista das melhores e piores para evitar um ranking. "Havia grande resistência das instituições em apoiar o exame por causa do ranqueamento. Então temos um compromisso de não divulgar os resultados por escola", disse Reinaldo Ayer, que também coordenou a avaliação.
 
 
Fonte: O Estado de S. Paulo


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