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PF investiga emergência do Hospital de Bonsucesso

Inquérito é aberto para apurar se houve mau uso de verba pública e fraude em licitação para obras na unidade
 
A Polícia Federal instaurou ontem inquérito para apurar o possível mau uso de verba pública, peculato e fraude em processo licitatório para a realização de obras no setor de emergência do Hospital Federal de Bonsucesso, antigo HGB. Ontem, peritos da PF estiveram no local e inspecionaram o prédio, que deveria estar passando por uma reforma. Eles também foram ao atual setor de emergência, que funciona há mais de um ano e meio em contêineres improvisados, o que teria, segundo a PF, provocado a contaminação recente de um paciente.
 
De acordo com a Polícia Federal, já foram intimados o diretor do hospital, os chefes do setor de Engenharia e da Comissão de Controle de Infecção. Foram solicitadas auditorias da Diretoria de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde, da Controladoria Geral da União e do Tribunal de Contas da União.
 
Obras paradas desde 2011
 
As obras na emergência da unidade, de R$ 8 milhões, foram paralisadas em abril de 2011, após a Controladoria Geral da União constatar possíveis irregularidades, entre elas, sobrepreço. O contrato com a Globotec foi suspenso e, até hoje, as obras não foram retomadas.
 
Na semana passada, um idoso que estava há 29 dias internado no hospital, foi contaminado pelo VRE (enterococo resistente a vancomicina), uma bactéria de difícil tratamento. No último dia 8, um parecer da Divisão de Engenharia do próprio hospital alertava para risco de contaminação de pacientes devido ao mau funcionamento do sistema de exaustão dos contêineres que abrigam o setor de emergência. Em nota, o hospital afirmou que o paciente não está "não está infectado, mas apenas colonizado pelo enterococos resistente à vancomicina (VRE), que são germes com grande resistência a antibióticos, comuns na flora intestinal de seres humanos".
 
Internações em cadeiras
 
Ontem, parentes de pacientes da "emergência de lata", como foi apelidado o setor do HFB, se queixavam das condições do local. Como não havia leitos suficientes, doentes eram internados em cadeiras. A espera por um especialista era de mais de quatro horas:
- Meu irmão chegou às 11h, e disseram que ele teria que ser operado. O cirurgião só apareceu depois que a polícia esteve aqui - disse uma acompanhante.
 
O defensor público federal Daniel Macedo informou que a Justiça Federal deu ontem prazo de 72 horas para a direção do HFB se manifestar sobre o pedido de liminar feito por ele junto com o Ministério Público Federal, na primeira ação civil pública reunindo os dois órgãos contra um hospital do Rio. Na liminar, ele pede que os doentes permaneçam apenas 24 horas na emergência. Em caso de internações, os pacientes devem ser transferidos para outras unidades públicas ou privadas, pagas pelo Ministério da Saúde.
 
- Num lugar com capacidade para 39 pacientes, eles estão colocando 60, 70. O que está acontecendo é criminoso - afirmou Daniel Macedo.
 
O corpo clínico do hospital, junto ao Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) e ao Sindicato dos Médicos, decidiu pelo fechamento temporário da emergência a partir da próxima segunda-feira. Segundo os médicos, serão atendidos apenas "os casos de maior gravidade e de fluxo interno".
 
Fonte: O Globo


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