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2012 - 643 - DOMINGUEIRA - SAUDADES DA EMILIA

MARIA EMILIA (PELO REGISTRO); MARIA (PARA OS PAIS);
EMILIA...PARA MIM E M’ COMO GOSTAVA DE ASSINAR
Gilson Carvalho[1]
 
 
AMOR INCONDICIONAL
 
Ao perder eu a você,
você e eu perdemos. 
Você , porque era eu  
que muito a amava. 
Eu, porque era você 
que me amava mais. 
Mas, de nós dois 
perdi  mais que você. 
Poderei  amar  outras 
como a amava, 
Mas a mim jamais  amarão mais 
do que você  me amava!
 
(PARODIANDO O POETA
NICARAGUENSE  ERNESTO CARDENAL*)
 
 
 
Nada substitui a Emília. Nenhuma imitação. Sua presença é permanente em minha vida já há 43 anos. Alimento-me da hipótese de que comigo fique, mesmo imaterialmente enquanto eu ainda viva.
 
Saudade é a de cada minuto. Um sem fim para passar. Mas, todos insistem que só o tempo vai curar. Esperar passar para esquecer-me é remédio amargo. Sem sentido. Apenas foca o não lembrar o que não sara o lanho, nem preenche o vazio.
 
Emília tinha mil qualidades e alguns defeitos o que fazia dela gente como toda gente. Nós como companheiros de 43 anos vivemos prenhes de cumplicidade. Tempos de paixão, tempos de amor, tempos de amadurecimento, tempos de apoio e ajuda mútuos diante das muitas adversidades, tempos de diferenças e rusgas.  Apenas vivemos como todos os humanos e o saldo de nossa humanidade foi positivo e deixa uma saudade que sangra.
 
Profissionalmente Emilia exerceu com esmero seu trabalho de educadora de adultos e de jovens, com destaque para as áreas de sexualidade humana e combate ao uso indevido de drogas. Para enfatizar sua responsabilidade dizia sempre: não posso errar pois sou “mãe e mestra”.
 
Vivia a maternidade que a encantava. Foi a mãe amorosa, desvelada e protetora de seus cinco filhos que não frustraram seu desejo de ter seis. Os cinco e os dois netos preencheram seu tempo e sua alma.
 
Emília tinha na relação sua marca registrada. Os papos, as negociações, as conciliações, as estratégias. Estava sempre sorrindo com qualquer interlocutor. Amava a todos que encontrava, com destaque para os pobres, os simples a quem sempre protegia e acolhia. Desde a juventude fez trabalho voluntário primeiro com os velhinhos. Depois com aalfabetização de adultos. Mais tarde com grupos de jovens e com casais.
 
Gostava de agradar e presentear as pessoas, fosse com palavras ou singelos mimos. Sabia demonstrar sua gratidão principalmente a aqueles que faziam bem a ela ou, mais ainda, aos seus.
Pessoalmente fui o mais beneficiado com sua existência. Meu sobrinho Fernando disse: “A maior característica da tia Emília era a paixão que tinha por você tio Gilson. Apoiava tudo que você desejasse e fizesse, todos seus sonhos. Colocava você nas nuvens. Para isto muitas vezes se escondia para não desfocar seu brilho”.
 
Sua principal arma a alegria e o sorriso instrumentos de sua humanidade e humanismo.. Alegria da relação e o sorriso sempre presentes até nos últimosmomentos de UTI quando adentrou na inconsciência final ou melhor, na consciência plena.
 
 
*ERNESTO CARDENAL: “Ao perder-te eu a ti, tu e eu perdemos.  Eu, porque tu eras o que eu mais amava; tu, porque era eu que te amava mais. Mas, de nós dois tu perdes mais do que eu. Porque eu poderei amar a outras como amava a ti, Mas a ti não te amarão mais do que te amava eu!”
 
 
Gilson Carvalho - Médico Pediatra e de Saúde Pública - carvalhogilson@uol.com.br
O autor adota a política do copyleft em seus textos disponíveis no site:  www.idisa.org.br
"A saudade não está na distância, mas numa súbita fratura de alma em que todas as coisas se afundam." Vergílio Ferreira


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