Endereço: Rua José Antônio Marinho, 450
Barão Geraldo - Campinas, São Paulo - Brasil
Cep: 13084-783
Fone: +55 19 3289-5751
Email: idisa@idisa.org.br
Adicionar aos Favoritos | Indique esta Página

Entrar agora no IDISA online

Médicos e imigrantes protestam contra a lei que limita acesso à saúde pública espanhola

Militância. O chileno Víctor Saez na manifestação: "O que os imigrantes pedem é somente uma vida mais digna"
 
Postura. Ricardo Angora: "Sou médico e faço meu papel"
 
Ilegal. A romena Dana: "Tinha medo de não ser admitida"
Comunidades autônomas afirmam que continuarão a atender os 'sem papéis'
 
Priscila Guilayn
 
Correspondente
 
priscila.guilayn@oglobo.com.br
 
Madri
 
A Espanha se orgulhava de ser, desde 1999, um dos poucos países que oferecia saúde gratuita a qualquer pessoa que morasse em seu território, mesmo que de maneira irregular. Bastava se "empadronar", ou seja, se cadastrar no registro municipal. Só que este mês entrou em vigor um decreto, aprovado em abril, que exclui os chamados "sem papéis" da saúde pública. O Ministério da Saúde vem anulando o registro na Previdência Social não só dos estrangeiros com mais de 18 anos sem visto de residência e trabalho, como dos espanhóis que nunca trabalharam e dos que ganham, ao ano, mais de ¬ 100 mil.
 
A revolta contra a medida do governo é grande. E como a saúde é competência das comunidades autônomas, País Basco, Andaluzia, Astúrias, Galícia e Catalunha se recusaram a aplicar a lei, considerada "cruel e ineficaz". E passa de 1.700 o número de médicos que, mesmo onde a lei foi acatada, como Madri, ainda atendem os "sem papéis".
 
Como o psiquiatra Ricardo Angora, que também é voluntário da ONG Médicos del Mundo. Esta lançou a campanha "Direito de curar", para conscientizar médicos e enfermeiras que não se rebelaram:
 
- Para os pacientes que eu já atendia antes, continuo marcando consultas. Não sei se são irregulares. Não tem importância. Sou médico e faço meu papel. A questão está naqueles que não chegam até mim.
 
Como a venezuelana María del M., no país há três anos, que não quis dizer seu sobrenome. Ao tentar ver seu clínico geral, não conseguiu passar pelas recepcionistas. Já a romena Dana, de 26 anos, que também não quis revelar seu sobrenome, conta que semana passada, com febre alta, foi diretamente à emergência, que não pode rejeitar pacientes.
 
- Disse a meu namorado que ia ficar de repouso até melhorar, porque tinha medo de não ser admitida - conta Dana, que vive na Espanha há três anos e faz bicos como diarista.
 
O Ministério de Saúde estima entre 153 mil e 160 mil o número de imigrantes irregulares que só terão acesso aos serviços de emergência. Mas associações falam em 700 mil. O chileno Víctor Saez, nacionalizado espanhol, participou da passeata no dia 1º, que pedia o fim do "apartheid social":
 
- O medo, inerente ao imigrante irregular, vem aumentando, já que, se adoecem, eles não poderão trabalhar. O que pedem é somente uma vida mais digna.
 
Fonte: O Globo


Meus Dados

Dados do Amigo

Copyright © . IDISA . Desenvolvido por W2F Publicidade