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Estados Unidos aprovam pílula para prevenir aids

Truvada. Remédio foi aprovado como forma de prevenir aids.
Apesar da recomendação americana , o Ministério da Saúde brasileiro afirmou que não vai mudar a política de prevenção nem adotar o uso da droga

Fernanda Bassette

A FDA - agência americana que regulamenta remédios e alimentos - acaba de aprovar a indicação do antirretroviral Truvada como forma de prevenir a infecção pelo HIV. Apesar disso, o Departamento de DST / Aids do Ministério da Saúde afirmou que não vai mudar a estratégia de prevenção à doença no Brasil.

A indicação da droga como forma de profilaxia antes da exposição ao vírus vem exatamente um ano depois de dois grandes estudos americanos demonstrarem que o consumo diário de uma dose oral do Truvada pode reduzir em até 78% a transmissão do vírus para pessoas saudáveis que mantêm relações com parceiros de alto risco , entre elas casais sorodiscordantes ( em que apenas um deles tem o vírus ) e homens que fazem sexo com homens.

O Truvada é a combinação de dois antirretrovirais : tenofovir comem tricitabina. A droga é produzida pelo laboratório Gilead e conseguiu o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa ) em maio deste ano.

" O Truvada é para ser utilizado na profilaxia prévia à exposição em combinação com práticas de sexo seguro para prevenir as infecções do HIV adquiridas por via sexual em adultos de alto risco. O Truvada é o primeiro remédio aprovado com essa indicação " , afirmou a FDA em nota.

Otimismo. A pesquisadora Valdilea Veloso , diretora do Instituto de Pesquisas Clínicas Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz ( Fiocruz ) , diz que o Truvada é uma potencial arma de prevenção da doença , especialmente entre homens que fazem sexo com homens - grupo de alto risco de contaminação.

Valdilea diz ver com otimismo a indicação do uso do Truvada como mais uma forma de combate à doença de maneira complementar ao que já existe - como fazer sexo seguro - e não como um substitutivo.

Para ela, os estudos clínicos demonstraram que não há risco de acontecer a " desinibição sexual " , que é a pessoa parar de se proteger com preservativos por acreditar que a medicação sozinha já garantiria a prevenção.

" Não podemos generalizar e achar que as pessoas vão fazer mau uso desse instrumento de prevenção. Além disso , o que o Brasil tem disponível hoje como política de prevenção à doença definitivamente não deu conta de controlar o avanço da epidemia. Novos casos surgem todos os dias " , diz a pesquisadora.

Nada muda. Apesar do otimismo em torno da indicação do uso do Truvada como prevenção , Ronaldo Hallal , coordenador de cuidado e qualidade do programa de DST / Aids do Ministério da Saúde afirmou que , por enquanto , nada muda no País.

De acordo com ele , o grupo técnico do ministério se reuniu recentemente para atualizar as diretrizes , discutiu esse assunto , mas decidiu manter tudo como está , com foco no incentivo ao sexo protegido , no diagnóstico e tratamento e na oferta da profilaxia pós-exposição ( para pessoas que fizeram sexo desprotegido com parceiro de risco ).

" Os estudos demonstram que , se a pessoa doente for tratada corretamente , há uma redução de até 95% na transmissão do vírus. Esse é um resultado bem mais eficaz que os 75% alcançados com a profilaxia pré- exposição", afirmou Hallal.

Para Hallal, o Truvada como prevenção ainda tem várias lacunas, como o aparecimento de possíveis efeitos colaterais a longo prazo , o risco de baixa adesão e o risco de resistência à droga.

" Estamos falando de resultado sob tidos em estudos controlados , em que as pessoas são orientadas e acompanhadas a cada 30 dias. Transpor esses resultados para a vida real , numa política de saúde pública , é totalmente diferente ", diz Hallal.

Retrocesso. Para Valdilea, é um retrocesso o fato de o governo afirmar que " nada muda " na política de DST / Aids sem existir uma ampla discussão com pacientes e comunidade científica.

“AOMS está discutindo intensamente esse assunto. O mundo inteiro vê isso com otimismo. É claro que muita coisa ainda precisa ser discutida , mas antes de descartar a possibilidade , precisamos ver como as pessoas de risco percebem a chegada desse medicamento e se elas estão dispostas a usá-lo ou não " , diz. " Esse foi só o primeiro passo. "

HIV no Brasil 630 mil pessoas estão infectadas pelo HIV no Brasil, segundo o Ministério da Saúde 250 mil em média, ainda não sabem que estão infectadas, 217 mil estão em tratamento no País.

Truvada. Remédio foi aprovado como forma de prevenir aids.

Fonte: O Estado de S. Paulo

 



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