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UTI sob duas investigações

17 de abril de 2012
 
Gustavo Moreno/CB/D.A Press - 13/4/12
 
Hospital de Santa Maria: instituição será inspecionada pelas diretorias de Engenharia Clínica e de Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde
Em ação separada do Executivo, o Conselho Regional de Medicina abriu sindicância para apurar as causas que levaram à morte pelo menos 13 pacientes do Hospital Regional de Santa Maria. A entidade adiantou que a equipe médica não será responsabilizada
 
Mara Puljiz
 
O Governo do DF e o Conselho Regional de Medicina (CRM), em ações separadas, vão investigar a denúncia do ex-diretor administrativo do Hospital Regional de Santa Maria Ivan Rodrigues de que pelo menos 13 pacientes morreram na Unidade de Terapia Intensiva, entre julho de 2011 e janeiro deste ano. Os internados teriam sido vítimas de um erro na instalação da tubulação de gases que servia ao leito 19 da UTI nº 4 - em vez de oxigênio, o doente recebia ar comprimido. A Secretaria de Saúde admite, até agora, quatro mortes de doentes com mais de 70 anos.
 
Em nota à imprensa, o órgão informa que o governador Agnelo Queiroz determinou, além das inspeção das diretorias de Engenharia Clínica e de Vigilância Sanitária, que seja nomeada uma comissão especial para avaliar os óbitos, com a participação de um representante da Associação Médica de Brasília.
 
O governador, conforme a Secretaria de Saúde, quer que a Procuradoria-Geral do DF ingresse na Justiça com uma ação de busca e apreensão de prontuários médicos extraídos irregularmente do HRSM. Agnelo determinou ainda a abertura de sindicância pela Corregedoria de Saúde para averiguar, no âmbito administrativo, os fatos relacionados às mortes ocorridas na UTI.
 
Isenção O Conselho Regional de Medicina (CRM) também abriu sindicância para apurar o caso, mas adiantou que a equipe médica do hospital não será responsabilizada. A autarquia está com os 13 prontuários dos pacientes que vieram a falecer no referido leito e é responsável por resguardar os documentos. Segundo o CRM, cada uma das mortes dos pacientes será investigada. "O CRMDF avaliará todos os documentos que venham a esclarecer os falecimentos dos referidos pacientes, supostamente ocorridos devido à inversão dos gases, conforme divulgado pela mídia. Se houver indícios de imprudência por parte da Secretaria de Saúde e do Responsável Técnico da unidade, o conselho irá responsabilizá-los por tais acontecimentos", destacou.
 
A falta de um técnico capacitado em controlar gases medicinais também pode ter influenciado para a morte de 13 pessoas no HRSM, segundo denúncia feita pelo ex-diretor administrativo da unidade, Ivan Rodrigues. Ao Correio, o enfermeiro disse ainda que o problema poderia ter sido identificado imediatamente caso houvesse um responsável treinado em fazer conferência dos gases que saíam do equipamento. "Isso era feito por um administrador que nunca teve conhecimento sobre o fato", disse.
 
As denúncias também são investigadas pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). Na última sexta-feira o promotor de Defesa da Saúde, Jairo Bisol, recebeu os prontuários dos pacientes que podem ter morrido em razão da troca na tubulação. A documentação mostra a evolução das pessoas internadas na UTI e pode esclarecer se o erro foi ou não determinante para a manutenção dos sinais vitais dos pacientes. A reportagem tentou entrar em contato com Bisol, mas durante a tarde ele estava em reunião no Hospital de Base do DF e depois não atendeu mais as ligações.
 
Equívoco do balconista
 
Um menino quebrou a perna e teria recebido como prescrição médica um anticoncepcional. O remédio se trata de um anti-inflamatório e analgésico que tem como princípio ativo Meloxicam. A Secretaria de Saúde esclarece que não houve equívoco na prescrição médica. "O receitado pelo médico foi o CicloXX. Provavelmente, o balconista da farmácia em que buscaram comprar o remédio deve ter confundido o mesmo com o contraceptivo Ciclo 21", informa a SES por meio de nota.
 
 
Memória
 
Gestão sempre em xeque
 
 
Em 27 de janeiro de 2009, a Secretaria de Saúde assinou contrato com a Real Sociedade Espanhola, uma organização social com 124 anos de experiência que administra o Hospital Espanhol, em Salvador (BA). O contrato com a entidade foi firmado para ter duração dois anos. Nesse período, o GDF deveria repassar R$ 222 milhões para a Real Espanhola. Assim, a gestão da unidade ficou orçada em mais de R$ 11 milhões por mês. Em abril do mesmo ano, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios considerou ilegal o contrato de R$ 222 milhões sem processo licitatório, mas a SES conseguiu com que o HRSM abrisse as portas para atender a população após um ano da inauguração das instalações.
 
Em 13 de agosto de 2010, a Real Sociedade Espanhola Beneficência enviou ofício à Secretaria de Saúde descrevendo situação do HRSM como grave, em razão dos constantes atrasos por parte da Secretaria de Saúde no repasse mensal para pagamento de pessoal e insumos básicos. À época, a dívida seria de R$ 22.832 milhões. O ex- governador Rogério Rosso, não reconheceu a dívida e anunciou a intervenção imediata no HRSM em novembro de 2010. Em abril do ano passado a administração do HRSM passou a ser feita exclusivamente pelo GDF.
 
Fonte: Correio Braziliense


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