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Saúde é investimento

De acordo com os últimos dados da Organização Mundial de Saúde, 13 mil mulheres morreram de câncer de mama em 2008 no Brasil, número que vem apenas crescendo ano após ano. Há três estratégias conhecidas no mundo para diminuir esta mortalidade. É hora de o país aplicá-las com rigor. 
 
Um grande responsável pelo cenário brasileiro é o atraso no acesso ao diagnóstico e tratamento, como demostrado em recente relatório do Tribunal de Contas da União. É urgente estruturar o Sistema Único de Saúde para absorver todas as mulheres diagnosticadas, para que sejam tratadas com cirurgia, radioterapia e/ou com o tratamento sistêmico. Países desenvolvidos almejam que 100% das mulheres demorem menos de 30 dias entre o primeiro exame e o tratamento, enquanto o Instituto Nacional do Câncer (Inca) publica uma cartilha indicando ser adequado esperar até três meses para a cirurgia. É inaceitável. O estabelecimento - e cumprimento - de um padrão de tratamento nacional, com limites de tempo entre diagnóstico e tratamento, é estritamente necessário para salvar vidas. 
 
O Ministério da Saúde já publicou protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas de tratamento para diversos tipos de câncer. Falta um para câncer de mama. Temos estados da Federação sem nenhum equipamento de radioterapia, e outros com meses de fila para este tratamento. Medicações mais modernas como a terapia biológica anti-HER2, necessária para 20% das mulheres com câncer de mama, foram incorporadas na rede pública apenas no estado de São Paulo, além de alguns poucos centros no resto do país. Milhares de brasileiras ainda não têm acesso ao que é considerado, no mundo todo, o padrão de tratamento para o câncer de mama. 
 
A incidência do tumor depende também da busca ativa por casos, o rastreamento com mamografia. Neste ano, o Inca estima que teremos 52 mil novos casos. O número é conservador, já que as estatísticas indicam uma baixíssima incidência em alguns estados do Norte e Nordeste, explicada apenas por falta de rastreamento e subnotificação. É preciso promover a adesão à mamografia para além de 70% das brasileiras. O Plano de Fortalecimento das Ações para Prevenção e Qualificação do Diagnóstico e Tratamento dos Cânceres de Colo de Útero e Mama é um passo na direção certa, se implementado. Teremos então uma incidência maior que a atual, mas de tumores muito mais passíveis de cura. Que tal o ministério enviar um torpedo ao ano para cada mulher, recomendando a realização de mamografia e indicando o centro onde ela estará agendada? Precisamos de prevenção primária. Iniciativas no sentido de evitar o tabaco e promover o controle de peso adequado poderão ajudar a diminuir muito os casos de câncer. Falta uma campanha maciça. 
 
Saúde deve ser encarada tal qual a Educação: não é gasto, é investimento. A desmistificação do câncer é urgente. A paciente com câncer de mama é tratável na totalidade e curável na maioria dos casos. Cabe à sociedade cobrar para que isso não seja exclusividade dos países desenvolvidos.
 
Fonte: O Globo


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