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Diabéticos sofrem sem políticas públicas

14 de fevereiro de 2012

Dentre os problemas, está a falta de tiras que medem a taxa de glicemia MIGUEL PORTELA A grande dificuldade é conseguir um bom tratamento para as crianças a fim de evitar as complicações


Além da falta de tiras que medem a taxa de glicemia e seringas para aplicação da insulina, crianças com diabetes no Ceará são obrigadas a passar por constrangimentos, como a disponibilização apenas de bebidas com açúcar na merenda das escolas públicas, maus tratos nos postos de saúde, espera por atendimento e falta de uma equipe multidisciplinar nas unidades de saúde. O sofrimento dessas crianças é infindável, até porque a doença em si pede uma disciplina fora do comum. E elas ainda são impossibilitadas de receber o que, por lei, têm direito. Faltam políticas públicas que garantam, por exemplo, uma boa assistência, prevenção, proteção e qualidade de vida para meninos e meninas.


A atendente Cleoneide Martins tem uma liminar para receber toda a medicação e produtos para tratamento da doença, porém não teve direito aos análogos à insulina, apesar de sua filha de 11 anos, que é diabética, não ter se adaptado à insulina NPH. "Disseram que ela vai ter de se moldar ao medicamento que é distribuído pelo Estado".


Há três meses, os pacientes que se tratam pelo Sistema Única de Saúde (SUS) estão sem receber alguns produtos e medicamentos, como as tiras de monitoramento, seringas, agulhas e análogos de insulina em canetas para as crianças não se adaptam às insulinas básicas (NPH e regular). Nesse último caso, os pais tinham de entrar com um processo judicial para conseguir receber, o que implica ter de pagar advogado.


Uma criança com diabetes precisa medir glicose pelo menos quatro vezes por dia. Sem as fitas, esse controle não acontece porque a maioria dos pais não têm condições de tirar do próprio bolso o valor de uma caixa com 100 unidades que custa, em média, R$ 140.


O Estado justifica que o problema do atraso das fitas foi na licitação. Segundo o secretário da Saúde, Arruda Bastos, o problema já foi solucionado com o pedido de sete milhões de tiras reativas que devem chegar na próxima semana, no mais tardar no fim do mês. Ele explica, ainda, que quanto aos análogos, não é preciso mais judicializar. Por meio de indicação médica o paciente pode receber.


Conforme a presidente do Instituto Renan Montenegro, Ana Paula Montenegro, a grande dificuldade é conseguir um bom tratamento para as crianças a fim de evitar as complicações que a doença traz, caso não haja um controle eficaz, como cegueira, doença renal e até a morte. O monitoramento é de fundamental importância no processo. "Nos deparamos diariamente com pais que não sabem as doses exatas que devem dar aos seus filhos porque faltam tiras reagentes", conta. Segundo o endocrinologista Renan Montenegro Júnior, quase metade dos pacientes diabéticos do Estado não têm o controle satisfatório por falta de monitoramento.


Para Arruda Bastos, o problema é rever as pactuações entre as instâncias. Outra dificuldade é a demanda que é grande. O procurador da República Oscar Costa Filho diz que, a partir do momento que é necessário procurar a Justiça para se conseguir medicamentos, o sistema está doente. "Uma das causas do problema é a transferência de responsabilidades", conclui.


Cuidados 50% dos pacientes diabéticos atendidos pelo sistema público no Estado não têm o controle satisfatório da doença por falta de monitoramento.


LINA MOSCOSO


Fonte: Diário do Nordeste

 



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