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O SUS vai para sua casa

Maria do Carmo Lara - Prefeita de Betim (PT-MG), ex-deputada e professora da rede pública desde 1972.
 
Há décadas nos acostumamos às notícias sobre o caos na saúde pública. A imagem que vigora é a de que o Sistema Único de Saúde (SUS) não funciona e seus usuários estão em risco quando precisam de atendimento. Não é o que mostra recente pesquisa do Ipea que, em 2010, ouviu usuários em todos os Estados, constatando que 45% a 48% deles estão satisfeitos com o SUS. E mais: há soluções inovadoras nos municípios, cuja gestão elege a saúde como prioridade.
 
É o caso da cidade mineira de Betim, uma das inspiradoras do programa “Melhor em Casa”, recém-lançado pelo Ministério da Saúde para todo o país. Ali, o serviço é chamado de Programa de Internação Domiciliar (PID) e, em pouco mais de um ano de operação, já atendeu perto de mil pacientes.
 
Sabemos como é difícil gerir o SUS, um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, que desde 1988 precisa atender gratuitamente a quase 200 milhões de brasileiros. A oferta de serviços é ampla e diversificada, de vacinações e distribuição de medicamentos a emergências e atendimentos sofisticados, como transplantes de órgãos e tratamentos contra câncer e Aids. Iniciativas como a internação domiciliar mostram que inovar pode humanizar o atendimento, com excelentes resultados.
 
É o caso do menino de 10 anos que, em outubro, deixou a pediatria do Hospital Regional Público de Betim, onde morava desde que nasceu. Graças ao PID, a família recebeu um aparelho portátil de ventilação mecânica, cedido por outro programa do município, e seus pais  e avós foram treinados nos cuidados básicos. A Unidade de Atendimento Imediato (UAI) do bairro garante a visita de um médico três vezes por semana e dá a retaguarda emcaso de emergências. Agentes comunitários do Programa Saúde da Família ajudam a monitorá-lo.
 
Além de casos como este, o PID atende a pacientes com problemas de saúde que requerem atendimento diferenciado e de certa complexidade, mas que não exigem internação hospitalar. A prefeitura garante os recursos antes restritos ao hospital, desde os mais simples, como o encaminhamento à fisioterapia, até a cessão de equipamentos.
 
Cada equipe atende a uma área geograficamente definida, com no máximo 100 mil habitantes. A maioria das internações em Betim tem como origem infecções respiratórias (23%) e urinárias (26%), que podem ser tratadas em casa com acompanhamento correto. Em três anos, conseguimos quase dobrar a capacidade de atendimento, passando de 55 pacientes ao mês, em 2009, para 86 no primeiro semestre de 2011. E o aperfeiçoamento contínuo dos métodos e ações empregados reduziu o tempo médio de permanência no programa de 40 dias em 2009, para 29 dias em 2011.
 
A experiência é tão bem sucedida que uma das médicas que desenvolveu o PID foi convidada pelo Ministério da Saúde para auxiliar na nacionalização do programa. Comprovamos que a internação domiciliar é uma porta de saída qualificada para a carência de vagas nos hospitais da rede pública. E o melhor é que o custo é cerca de cinco vezes menor do que as internações convencionais. É sempre bom estar aberto às boas práticas.
 
Fonte: Brasil Econômico


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