Endereço: Rua José Antônio Marinho, 450
Barão Geraldo - Campinas, São Paulo - Brasil
Cep: 13084-783
Fone: +55 19 3289-5751
Email: idisa@idisa.org.br
Adicionar aos Favoritos | Indique esta Página

Entrar agora no IDISA online

Subfinanciamento e crack na pauta da saúde mental

Nesta segunda-feira (10/10), Dia Mundial da Saúde Mental, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reforçou a necessidade de investimentos em serviços de prevenção e tratamento de doenças mentais, neurológicas e de distúrbios associados ao uso de drogas e outras substâncias. O aviso da organização vai ao encontro ao alerta do pesquisador da ENSP e presidente Nacional da Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme), Paulo Amarante, que aponta um retrocesso no financiamento e a preocupação com um tema que deve ser inserido com urgência no campo da saúde mental: o crack.
 
A estimativa da OMS é de que mais de 450 milhões de pessoas sofram de distúrbios mentais em todo o mundo, e a falta de recursos financeiros e de profissionais capacitados é ainda mais grave em países de baixa e média renda – a maioria deles destina menos de 2% do orçamento para a área da saúde ment! al. "Precisamos aumentar o investimento em saúde mental e destinar os recursos disponíveis para formas mais eficazes e mais humanitárias de serviços", reforçou a OMS em comunicado neste 10 de outubro.
 
O discurso da organização vai de encontro às palavras de Amarante. De acordo com o pesquisador, 2011 é um ano que requer maior preocupação dos profissionais de saúde, pois houve retrocesso ideológico e de financiamento no campo. "Até o ano passado (2010), tivemos o que comemorar. Mesmo de uma forma não tão adequada, ampliamos o número de serviços de atenção psicossocial, os projetos culturais, como o Loucos por Música e o Loucos pela Diversidade, além de projetos de geração de renda com cooperativas sociais da saúde mental. Este ano estamos apreensivos com um certo retrocesso, justificado na questão do crack e do credenciamento pelo SUS de comunidades terapêuticas para tratamento aos usuários da droga. Essas comunidades terapêuticas não são instituições de saúde,! não cumprem com certos requisitos da Anvisa e não possuem rot! ina e procedimentos médicos adequados", argumentou. Outra preocupação citada por Amarante está relacionada à internação compulsória de usuários de drogas, que fere os direitos humanos, além dos princípios da reforma psiquiátrica e o Estatuto da Criança e do Adolescente.
 
Apesar de o financiamento estar voltado para as comunidades terapêuticas, Paulo Amarante, que coordena o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial (Laps/ENSP), afirma que há uma proposta revolucionária de cuidado com o usuário, os chamados Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps – AD). "Cabe a nós, da saúde mental, questionar o por quê de os recursos estarem voltados para as comunidades terapêuticas enquanto temos experiências exitosas nos Caps – AD. Eles são raros no Brasil, mas possuem experiências exitosas em cidades como Salvador, Vitória, Santo! André e São Bernado", argumentou.
 
Dia da Saúde Mental
 
Na Fundação Oswaldo Cruz, o Dia da Saúde Mental (10/10) foi celebrado em 8 de outubro, com evento cultural na Colônia Juliano Moreira, e apresentação do Grupo Harmonia Enlouquece. No entanto, ainda de acordo com Amarante, há a intenção de promover mais um debate sobre o crack na instituição (a ENSP já realizou um Centro de Estudos sobre o tema em maio de 2011, onde foi debatida a necessidade de mudanças na legislação brasileira sobre drogas), com o objetivo de discutir o financiamento das comunidades terapêuticas e o papel da saúde mental no campo.
 
Fonte: cebes


Meus Dados

Dados do Amigo

Copyright © . IDISA . Desenvolvido por W2F Publicidade