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Usuários querem mais promoção de saúde

Com recorde de participação, consulta pública da ANS sobre tema mostra mudança de perfil de beneficiários e operadoras

Por Luciana Casemiro

A possibilidade de descontos nas mensalidades do plano de saúde de quem participar de programas de prevenção e de envelhecimento ativo levou mais de 8.500 consumidores à página da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A consulta pública que discutiu o tema, a de número 42, inovou na forma de participação da sociedade, com a inclusão de um questionário e de tira-dúvidas e bateu recorde de participação de beneficiários. E as respostas apontam para a consolidação de uma nova mentalidade entre os usuários de planos de saúde: para quase 60% o interesse em programas de promoção de saúde independem do percentual de desconto, mas variará de acordo com os critérios estabelecidos para a participação.

- Foi a primeira vez que usamos o questionário e foi tão bom o resultado que a ideia para as próximas consultas é ter um módulo específico para isso. Esse é um meio mais democrático e também mais complicado na hora de compilar as contribuições. Afinal, além das contribuições formais por formulário, estamos levando em consideração as enviadas pelo tira-dúvidas e o resultado dos questionários - diz Martha Oliveira, gerente-geral de Regulação Assistencial da ANS, informando que o texto final da resolução deve ser publicado entre agosto e setembro.

Para Abramge, medicina preventiva é a única saída

No que tange as operadoras, entre as que responderam ao questionário, o custo deixou de ser apontado como fator preponderante para o não oferecimento de programas de prevenção. A dificuldade em estruturar um programa aparece lado a lado com a questão econômica (46,38% e 43,48%, respectivamente). Sinais de novos tempos, avalia Martha.

- Esse percentual de dificuldade de formatação tão próximo do custo mostra mudança. Além disso, 83% das operadoras que afirmaram ainda não oferecer programas do gênero, disseram que vão passar a considerar a possibilidade de tê-los.

A gerente-geral de Regulação Assistencial da ANS diz ainda que não foi só a quantidade de contribuições que surpreendeu, mas a qualidade:

- Tivemos sugestões bem legais que nos levarão a detalhar mais alguns artigos e até a publicar uma cartilha para ajudar a formatação dos programas, dando uma base do que estes podem vir a contemplar. Além disso, estamos elaborando um instrumento de contrato padrão com a linguagem mais adequada ao beneficiário, no formato de perguntas e respostas, para que ele possa entender melhor as regras do jogo. Achamos que a dificuldade de obter adesão dos beneficiários aos programas, apontada por 68% das empresas que o oferecem, está diretamente relacionada à informação.

Juliana Ferreira, advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), também se surpreendeu com o volume de contribuições, mas pela dificuldade que é participar de uma consulta pública da agência:

- Fiquei muito surpresa, para ser sincera, pois o formulário usual de contribuição não é simples, muito pelo contrário, é bem difícil. E como o processo costuma ser complicado fizemos campanha no nosso site chamando a participação dos usuários de planos de saúde. No site novo que estamos preparando para o Idec haverá uma área específica para convocar os consumidores à participar dos processos de regulação - diz Juliana, ressaltando que, apesar de considerar importante os programas de promoção de saúde, a ANS tem assuntos mais urgentes a tratar.

Pesquisa realizada pela Fundação Procon-SP, pela internet, durante a consulta pública, reforçam os resultados levantados pela ANS. Mais de 90% dos 1.137 consumidores que a responderam, consideram importante a realização de programas de promoção de saúde e quase 88% teriam interesse de participar. Sendo que um terço deles faria isso independentemente da concessão de descontos.

- Consideramos importante a existência de programas de prevenção. No entanto, é preciso haver definição de parâmetros e critérios para esses programas, assim como mecanismo de controle, que verifiquem o efetivo benefício destes ao consumidor, o que para nós não ficou muito claro se acontecerá, no texto original da resolução - ressalta Luciana Dantas, especialista em direito do consumidor da Fundação Procon-SP.

Trabalhar com prevenção, diz Luciana, exigirá uma mudança de atitude das operadoras. O que para Arlindo de Almeida, presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), não é só desejável, mas necessário para a manutenção do negócio:

- Em lugar da medicina curativa, teremos que trabalhar focados na prevenção. No desenvolvimento de bons hábito, aumento da qualidade de vida e com isso a redução da incidência de doenças. A população está cada vez mais velha e o aumento do custo para o idoso é de seis a dez vezes maior do que as demais faixas etárias dos planos de saúde. Se não investirmos na medicina preventiva não teremos saída, pois os custos vão explodir.

Fonte: Clipping Saúde na Mídia

 



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