Endereço: Rua José Antônio Marinho, 450
Barão Geraldo - Campinas, São Paulo - Brasil
Cep: 13084-783
Fone: +55 19 3289-5751
Email: idisa@idisa.org.br
Adicionar aos Favoritos | Indique esta Página

Entrar agora no IDISA online

Saúde mental é foco em 75 porcento das empresas: Grandes companhias oferecem apoio psicológico para reter empregados.

A saúde mental dos funcionários tem ganhado atenção nas empresas. Pesquisa da consultoria Great Place to Work, obtida com exclusividade pela Folha, aponta que 75 porcento das organizações concedem apoio psicológico total ou parcial aos empregados.
 
A ideia do serviço é fazer com que o trabalhador possa resolver os problemas familiares e os de trabalho, segundo o estudo realizado no ano passado com cem negócios de grande porte no Brasil.
 
"As gerações que chegam passam a inserir novos conceitos nas empresas. São pontos relacionados à produtividade e à felicidade dos funcionários", diz a diretora de projetos da Great Place to Work, Roberta Hummel.
 
O levantamento mostra ainda que, para 82% dos profissionais dessas companhias, o local de trabalho é psicologicamente e emocionalmente saudável.Para Ricardo Munhoz, diretor-executivo da Ricardo Xavier Recursos Humanos, políticas que visam ao bem-estar mental asseguram a permanência dos profissionais.
 
"As grandes empresas, principalmente as multinacionais, concedem apoio psicológico. É válido, pois cerca de 70% das demissões em níveis estratégicos são por motivos comportamentais."
 
Alto escalão é mais suscetível a estresse: No país, 1,3 milhão de profissionais se afastaram do trabalho por problemas emocionais, diz estudo da UnB
 
Profissionais que ocupam cargos de alta responsabilidade estão mais suscetíveis a problemas emocionais como estresse, segundo especialistas ouvidos pela Folha. A extenuante rotina de tomada de decisões, de reuniões e de viagens são fatores preponderantes para a configuração desse quadro.
 
As distorções no comportamento, porém, são distintas entre os gêneros. "As mulheres costumam chorar e são mais sentimentais; os homens se tornam agressivos e impacientes", compara Ana Cristina Limongi- França, coordenadora do Núcleo de Gestão da Qualidade de Vida do Trabalho da Universidade de São Paulo.
 
A especialista estima que, Nos últimos cinco anos, os pedidos de demissão por questões relacionadas a estresse tenham representado de 30% a 40% dos desligamentos. Em abril, pesquisa da UnB (Universidade de Brasília) mostrou que, por problemas emocionais, 1,3 milhão de brasileiros receberam auxílio- doença em 2008.
 
Pressão alta - O coordenador fiscal Mauro Barros teve que diminuir o ritmo devido aos efeitos da sobrecarga no organismo. Com equipe reduzida na multinacional em que atuava e sob pressão da matriz, o profissional trabalhava de 14 a 16 horas por dia.
 
As fortes dores de cabeça foram determinantes para que procurasse um hospital, onde foi orientado a utilizar um monitor de pressão. Em momento de pico, no dia seguinte à consulta, o aparelho registrou pressão arterial de 22 por 12 -pela diretriz da American College of Cardiology Foundation e da American Heart Association, ela deve ser menor que 14 por 9 em pessoas de até 79 anos.
 
"O médico pediu para eu parar, pois estava prestes a sofrer um AVC [acidente vascular cerebral]", diz ele. "Aproveitar momentos de relaxamento para realizar alguma atividade que faça o profissional se desvencilhar do trabalho, além de manter alimentação adequada, é importante para a saúde", afirma Ligia Raquel Brito, médica do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos.
 
Frase : "As companhias têm gastos altos com os profissionais que têm algum problema de saúde. Prezar pela qualidade de vida do funcionário colabora até para evitar problemas com a Previdência" ALBERTO OGATA ( Presidente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida )
Após crises de choro, funcionária treina substituta e é demitida.
 
Mesmo em um cenário de transformação, algumas empresas não oferecem programas de apoio a funcionários. A assistente de comunicação Amanda Trolezi, 23, por exemplo, foi desligada de um escritório no qual havia atuado devido a questões de saúde emocional.
 
Com a demanda de trabalho e a pressão da chefia, a jovem tinha crises de choro."Vendo meu estado, minha chefe me fez treinar uma pessoa para desempenhar as minhas funções. Após esse período, sem qualquer aviso, fui demitida", afirma Trolezi.
 
Para o presidente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida, Alberto Ogata, investimentos em programas de bem-estar são recomendados a empresas que queiram tanto aumentar a produtividade quanto reduzir gastos com saúde do funcionário.
 
Empresas disponibilizam atendimento por telefone : Programas garantem anonimato e buscam a diminuição da rotatividade
 
Em algumas empresas, o contato com psicólogos para resolver problemas emocionais vem em forma de ligação gratuita. Nelas, há um 0800 para auxiliar funcionários.Na Sodexo Motivation Solutions, de cartões corporativos, o processo de apoio psicológico ao empregado está em vigor há seis meses. Pessoas com problemas pessoais ou profissionais recebem atendimento por 0800 ou presencialmente.
 
Mais de 10% dos trabalhadores da companhia utilizaram esse serviço, segundo o diretor-executivo de RH da companhia, Thiago Zanon. "As empresas demoram a perceber que esse investimento é benéfico.O "turnover" da Sodexo diminuiu [depois do programa]", afirma.
 
Na Kimberly-Clark, de produtos de higiene pessoal, funcionários têm a opção de utilizar o "Konte Comigo", programa que oferece atendimentos financeiro, jurídico e psicológico a empregados por telefone ou pessoalmente.
 
Assim como no projeto da Sodexo, na Kimberly-Clark o anonimato é garantido. "No primeiro trimestre, foram atendidos 60 funcionários. No ano passado, cerca de 200 colaboradores passaram pelo programa", afirma a diretora de RH da indústria, Maria Lucia Ginde.
 
Motivação - Para o fundador da consultoria de gestão de carreira Gnetwork, Eberson Federezzi, a adoção de "iniciativas saudáveis na organização" está associada, em grande parte, à necessidade de aumentar a produtividade dos funcionários, reter talentos e diminuir a rotatividade.
 
"O foco é manter os profissionais motivados. Com a pressão e a cobrança, muitos se sentem acuados a não conseguir suprir as necessidades da companhia", diz.O coordenador do Núcleo de Psicologia do Trabalho na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), André Bruttin, defende a adoção de programas corporativos de auxílio psicológico.
 
Ele ressalta que a implementação pede cuidados ""não deve ser só emergencial. Para ele, há três níveis de atuação a que as empresas devem se ater no apoio psicológico: um para cuidar de quem já adoeceu; outro para fortalecer o empregado em situações estressantes; e um terceiro que identifique os motivos do adoecimento.
 
Fonte: Folha de São Paulo


Meus Dados

Dados do Amigo

Copyright © . IDISA . Desenvolvido por W2F Publicidade