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Mercado desaquecido derruba plano de saúde

26 de agosto de 2014
 
Com as empresas contratando menos, houve redução na venda de convênios. Número de adesões de janeiro a março cresceu apenas 0,3%, em comparação com o trimestre anterior, e reduziu projeção anual de avanço das operadoras para 1,3%
 
» DIEGO AMORIM
 
O desaquecimento do mercado de trabalho brasileiro acertou em cheio a venda de planos de saúde no país. As operadoras têm registrado os piores desempenhos em seis anos e, diante dos fracos números da economia, não acreditam em retomada do fôlego tão cedo. Se as contratações mantiverem o ritmo observado até aqui, o setor continuará desacelerando e poderá chegar a dezembro com o crescimento mais baixo desde a crise mundial de 2009.
 
A projeção inicial das operadoras de planos de saúde para 2014 era avançar 4%, mas o baque foi tão grande nos primeiros três meses do ano que a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) já não espera mais do que 1,3% de alta. Entre janeiro e março, segundo os dados mais atualizados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), 148 mil brasileiros aderiram a algum plano, variação de apenas 0,3% na comparação com o trimestre anterior.
 
O ritmo das vendas de planos de saúde caminha na mesma direção da dinâmica do mercado de trabalho, uma vez que 80% dos clientes são de planos coletivos, enquanto 20% do total correspondem a planos individuais. Os dados do segundo trimestre ainda não foram consolidados pela ANS, mas a expectativa do setor não é a das melhores, sobretudo devido à Copa do Mundo, que, em geral, freou o apetite das empresas por contratações.
 
Na semana passada, o Ministério do Trabalho divulgou mais um dado preocupante para as operadoras: em julho, o país criou o menor número de vagas formais para o mês desde 1999. "Se há queda no volume de contratações, a venda de planos de saúde também cai: essa associação é direta. Do jeito que as coisas andam, é difícil imaginarmos algo diferente da desacelaração", comentou o diretor executivo da Abramge, Antonio Carlos Abbatepaolo.
 
Lucro
 
Com eleições à vista e a economia arrefecida, as operadoras estão tendo de refazer previsões. Segundo Abbatepaolo, as margens de lucro estão tendo de ser comprimidas para garantir um crescimento mínimo em 2014. "Para continuarmos aumentando o número de beneficiados, teremos de enfrentar uma batalha e tanto", disse, reforçando que os dados estimados do primeiro semestre dificultam qualquer retomada significativa no restante do ano.
 
A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), outra associação do setor, observa que apesar da menor expansão do setor no primeiro trimestre de 2014, houve aumento de 7,5% entre março de 2013 e igual período deste ano. Em nota, a entidade ressaltou que o crescimento dos planos de saúde, ainda que em ritmo mais fraco, tem sido acima do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e deve continuar assim no curto prazo.
 
O Brasil tem hoje quase 51 milhões de usuários de planos de saúde, um serviço considerado "sonho de consumo" por boa parte da população. Depois do salário, é o primeiro benefício levado em conta pelos brasileiros na hora de procurar emprego. A demanda crescente garantiu, no ano passado, o faturamento de R$ 108 bilhões das operadoras que atuam no país, resultando em um acréscimo de 1,9% da margem líquida no período.
 
Embora reconheça a queda no ritmo de aumento das vendas, o superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), Luiz Augusto Carneiro, acredita que a desacelaração seja pontual. "Ainda não é possível avaliar o real impacto do enfraquecimento do emprego no volume menor de contratações de planos de saúde", afirmou. O primeiro semestre, completou, geralmente costuma ser pior do que o segundo para o setor.
 
Assistente de recursos humanos de uma imobiliária de Brasília, Sara Rodrigues observa que as dificuldades de atendimento na rede pública de saúde é o principal motivo que leva os funcionários a procurarem os planos. "As pessoas se sentem mais seguras, mesmo quando aderem a pacotes mais simples", comentou. Na empresa dela, os cerca de 100 empregados têm direito a plano.
 
O crescimento nas vendas de convênios no país, que vinham sendo puxados por pequenas e médias empresas, no entanto corre o risco, uma vez que esse foi o setor que mais perdeu força no volume de contratações.
 
» Custos maiores
 
Levantamento do IESS mostra que, além de estarem vendendo menos planos, estão gastando mais. Os custos assistenciais cresceram 16% no ano passado em comparação com 2012. O índice é três vezes maior do que a inflação medida pelo IPCA no período.
 
Fonte: Correio Braziliense


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