Endereço: Rua José Antônio Marinho, 450
Barão Geraldo - Campinas, São Paulo - Brasil
Cep: 13084-783
Fone: +55 19 3289-5751
Email: idisa@idisa.org.br
Adicionar aos Favoritos | Indique esta Página

Entrar agora no IDISA online

Capital externo para saúde

10 de julho de 2014
 
FRANCISCO BALESTRIN
 
A necessidade de ampliação da oferta de leitos hospitalares dá uma amostra do desafio para a saúde privada no Brasil. Segundo a Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), até 2016 o setor precisará de 13.700 novos leitos, na hipótese de que até lá a população de beneficiários dos planos de saúde cresça apenas 2,1% ao ano. Ao custo de US$ 150 mil por leito, essa expansão exigiría US$ 1,9 bilhão. Porém, se o crescimento dessa população ficar em 4% ao ano - como ocorreu em 2013, quando atingiu 50,3 milhões de beneficiários -, estaremos diante de um desafio que exigirá investimentos superiores a US$ 3,2 bilhões.
 
Os recursos para suprir a oferta de leitos hospitalares e suas instalações podem ser, em parte, supridos por fontes de financiamento em bancos de fomento, como o BNDES ou de instituições financeiras privadas. Mas ainda não é suficiente. Chegamos então, à questão central: o artigo 199, parágrafo 3e, da Constituição Federal, que proíbe a participação direta ou indireta do capital estrangeiro na assistência à saúde.
 
Lembremos que esse mesmo capital estrangeiro, nos últimos anos, tem participado não só dos investimentos como também da gestão nos setores mais importantes da economia brasileira. As empresas estrangeiras estão presentes nas telecomunicações, nas finanças, na energia, na exploração e comercialização de gás e petróleo, na gestão de estradas e aeroportos, na educação, no grande varejo, no agronegócio, na mineração e na indústria.
 
Por que as empresas que prestam a assistência direta à saúde do usuário não podem ter acesso a uma fonte de recursos fundamental para a expansão da infraestrutura e dos serviços de assistência? Por que o consumidor não pode ganhar com a expansão da infraestrutura, o que lhe ampliará a oferta, reduzirá custos e melhorará a qualidade de atendimento?
 
Mesmo na área de saúde, o capital estrangeiro está presente na produção de medicamentos, na fabricação de equipamentos, nas farmácias e operadoras de plano de saúde. Esses exemplos mostram que é possível quebrar o jejum de recursos externos. Vários hospitais estão pressionados pelos custos crescentes e precisam ganhar escala e receber injeção de capital para garantir sua sobrevivência e crescimento. O banimento do capital estrangeiro reduz também a possibilidade de agregar experiência e tecnologia.
 
A abertura para o investimento estrangeiro não é uma panaceia para o déficit de leitos. Mas pode - assim como ocorreu em outros setores contribuir para a expansão da infraestrutura na saúde, com reflexos positivos no setor público. Vale lembrar que, à medida que a saúde suplementar expande sua capacidade, reduz-se a pressão da demanda sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, os hospitais privados alocam parte considerável de leitos para os usuários do SUS.
 
Investimento estrangeiro está presente em outros setores
 
Francisco Balestrin é presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados
 
Fonte: O Globo
 


Meus Dados

Dados do Amigo

Copyright © . IDISA . Desenvolvido por W2F Publicidade