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Legado para salvar vidas

24 de junho de 2014
 
A Copa do Mundo ainda pode ser boa chance para o Brasil pôr fim a uma das maiores tragédias nacionais, senão a maior de todas: as mortes violentas, que tiram 280 vidas por dia no país. Em finalização, o Mapa da Violência de 2014, com dados de 2012, computa 56,3 mil assassinatos e 46 mil mortos pelo trânsito naquele ano, acréscimos significativos em relação a 2011, quando foram registrados, respectivamente, 52,2 mil e 44,5 mil. E a colaboração do Mundial da Fifa no enfrentamento dessa questão está na palavrinha-chave relacionada ao evento como salvação de tantos males brasileiros: o legado.
 
Na área de segurança, é de grande valia a experiência dos Centros Integrados de Comando e Controle, implantados nas 12 cidades sedes e apoiados por centrais nacionais em funcionamento em Brasília e no Rio de Janeiro. O maior êxito da iniciativa, além da reunião de informações e do aparato tecnológico disponível -- a ser mantido após os jogos --, é o ineditismo da integração de forças policiais, num trabalho conjunto dos governos federal, estaduais e municipais. É, portanto, o Estado organizado contra o crime, em atividade contínua, 24 horas, todos os dias da semana.
 
O poder intimidador da vigilância atenta desses centros já é um ganho para a segurança urbana. E como agentes de trânsito compõem as equipes desses centros, com policiais federais, militares, civis e membros do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil, esperam-se também mais respeito às leis e civilidade na convivência entre veículos, ciclistas, motociclistas e pedestres nas vias públicas. Vai depender, obviamente, de as autoridades dos três níveis de governo revelarem disposição para não apenas manter como ampliar o trabalho exercido nestes dias de Copa do Mundo, inclusive expandindo a iniciativa para outras cidades.
 
Mas, para maior efetividade da redução das mortes no trânsito, é preciso completar o planejamento e a execução das obras de mobilidade urbana previstas para o Mundial e ir além. O Brasil não pode seguir privilegiando o transporte individual, em detrimento do de massa. É estarrecedor que, de 2003 a 2013, a frota de veículos do país tenha crescido 125%, enquanto a população aumentou 14%. Com ônibus, metrôs e trens seguros, pontuais, confortáveis e a preços acessíveis, a população certamente vai preferir manter o carro na garagem.
 
Para a frota particular, medidas de segurança vêm sendo tomadas, como a lei que proíbe o motorista de dirigir após ingerir qualquer quantidade de bebida alcoólica e a obrigatoriedade também de equipamento dos veículos, pelas fábricas, com freios ABS e air bags. Mas não basta. É preciso investir pesado em mobilidade urbana. Aliás, não bastasse salvar vidas, o retorno financeiro, vale lembrar estimativa Organização Mundial de Saúde, é garantido: cada dólar aplicado em projetos do gênero gera quatro de economia com gastos em saúde, combustível e tempo perdido em congestionamentos. A propósito, as mortes violentas, por homicídios e no trânsito, têm custado ao Brasil entre R$ 262 bilhões e R$ 524 bilhões, de 5% a 10% do PIB.
 
Fonte: Correio Braziliense


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