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Fim de teste CD4 de aids, defendido por experts, cria polêmica

29 de maio de 2014
 
Ministério da Saúde diz que médicos devem migrar para 'tecnologias mais modernas'
 
Lígia Formenti
 
Ferramenta considerada importante por infectologistas para acompanhar o tratamento de pacientes com aids, o exame de CD4 deve ser aposentado pelo Ministério da Saúde a partir de 2015. A proposta, que já provoca apreensão de pacientes e polêmica entre profissionais de saúde, prevê a restrição do procedimento para casos específicos até o fim dos estoques, o que deve ocorrer no fim do próximo ano. A ideia é não fazer novas compras.
 
"Médicos devem se acostumar com tecnologias mais modernas", disse o diretor do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita. A proposta começou a ser apresentada pelo diretor em alguns encontros regionais de especialistas em laboratórios. "Não é apenas o Brasil que está revendo o uso do CD4. A Organização Mundial da Saúde também vai analisar o tema."
 
Entre especialistas brasileiros, no entanto, o fim do uso do CD4 está longe de ser um consenso. "A tendência é de redução da indicação desse exame. Mas ele ainda é fundamental e não há perspectivas de que isso mude em um curto espaço de tempo", afirmou o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Érico Arruda.
 
O pesquisador Jorge Beloqui, do Núcleo de Estudos para Prevenção da Aids da USP (Nepaids-USP), tem avaliação semelhante. "Esse exame não é um ornamento." A maior crítica de Beloqui está na forma como o assunto está sendo conduzido, sem diálogo com associações de pacientes com HIV.
 
Como funciona. O CD4 é usado para avaliar o sistema imunológico do paciente e é geralmente combinado com outro teste, o de carga viral, que dá informações sobre a quantidade de HIV no organismo do paciente. O CD4, até pouco tempo, era levado em consideração para definição do início do tratamento. Depois de o governo liberar a indicação dos remédios para todos os pacientes, independentemente da quantidade do vírus, o exame passou a ser considerado menos importante.
 
Do ponto de vista de saúde pública, o uso precoce do medicamento é considerado essencial: o paciente reduz o vírus circulante, diminuindo o risco de transmitir a doença para outras pessoas. "Mas não está claro se isso traz vantagens para o paciente. Não se sabe qual o impacto do início precoce do tratamento", diz Beloqui.
 
A coordenadora do Programa Estadual de DST-Aids de São Paulo, Clara Gianna, também defende a manutenção do CD4. "Ele não tem a importância do passado, mas continua sendo fundamental, sobretudo no Brasil, onde pacientes ainda descobrem a doença tardiamente."
 
Em caso de níveis considerados não muito bons de CD4, entre 300 e 400, o exame deve ser repetido anualmente. Além disso, para níveis inferiores a 200, o teste deveria ser indicado para fazer a prevenção de doenças oportunistas. Mesquita considera que o exame é importante apenas nessa terceira hipótese. "Para avaliar a qualidade do tratamento, o exame de carga viral é suficiente."
 
Fonte: O Estado de S. Paulo


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