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A volta da poliomielite como ameaça global

10 de maio de 2014
 
Vírus ressurge em países dilacerados por conflitos, onde as campanhas de vacinação em massa acabam interrompidas
 
Quem seguir a trilha do novo surto de poliomielite vai chegar, na maioria dos casos, a países fragilizados por guerras civis e/ou pela atuação de grupos terroristas que vicejam, como o vírus, no caos. Apesar de parecer pequeno 68, o número de casos até abril é quase três vezes o registrado no mesmo período de 2013 (24) e levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarar alerta global.
 
Há dois anos, após uma campanha mundial de vacinação de crianças que durou um quarto de século, o mundo chegou muito perto da erradicação da doença, que não tem cura e, nos casos mais graves, pode até matar. A OMS adverte que todo o progresso feito pode ser perdido, se os países atingidos não agirem imediatamente. Não por acaso, o vírus se tornou ativo em Paquistão e Síria. O primeiro responde por 54 dos 68 novos casos, e nunca chegou a eliminar a pólio. No país, facções do grupo extremista islâmico Talibã, dono de regiões das áreas tribais, proibiram a vacinação e assassinaram vacinadores. Mais de três milhões de pessoas vivem ali.
 
A Síria tinha alto nível de imunização antes da guerra civil sectária que já dura três anos e destrói o país. Há regiões e cidades isoladas onde não chegam nem alimentos e remédios, muito menos vacinadores. O Unicef calculou que cerca de 300 mil crianças estão vulneráveis. Outro problema são os milhões de sírios em campos de refugiados. Em abril, houve um caso de pólio num campo no Iraque. Uma intensa campanha de vacinação preventiva está em andamento em campos no Líbano, na Jordânia, na Turquia e em outros países.
 
A partir de Paquistão e Síria, vizinhos também fragilizados por conflitos foram atingidos: no primeiro caso, o Afeganistão; no segundo, o Iraque. Outro país irradiador é Camarões. O vírus encontrado ali provém da Nigéria, onde o esforço para erradicação é boicotado por terroristas que também matam vacinadores e sequestram meninas.
 
A OMS exorta que todos em Paquistão, Síria e Camarões se vacinem antes de viajar ao exterior. A recomendação vale para Afeganistão, Guiné Equatorial, Etiópia, Iraque, Nigéria, Somália e Israel. Este não registrou caso algum, mas uma cepa do vírus paquistanês foi encontrada no esgoto em Tel Aviv. Rebecca M. Martin, diretora de imunização global dos Centros para Prevenção e Controle de Doenças, disse ao "New York Times": "Não queremos que a doença atinja a República Centro-Africana, o Sudão do Sul, a Ucrânia'', países mergulhados em conflitos.
 
No Brasil, a pólio está erradicada desde 1990 e a cobertura de vacinação atinge 95% da população, segundo o Ministério da Saúde. Mas, com a Copa do Mundo, que atrai turistas de todo o mundo, o perigo ronda. As autoridades deveriam levar isto em conta em seus planos de contingência para o evento.
 
Fonte: O Globo


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