Chioro diz que ’Mais Médicos’ será julgado em outubro
20 de março de 2014
Por Cristiano Zaia | De Brasília
Em uma audiência da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara tumultuada e repleta de discussões entre governistas e a oposição em torno do Mais Médicos, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou que "a população julgará em outubro [nas eleições] se concorda ou não com o programa". O programa é bandeira eleitoral da presidente Dilma Rousseff e do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, pré-candidato do PT a governador de São Paulo.
De forma inesperada e em meio à crise entre partidos da base aliada e o governo, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), compareceu à comissão e defendeu a convocação de ministros pela Casa. "Fiz questão de vir até aqui receber o ministro e dizer que estamos cumprindo nosso dever de convidar e trazer ministros para o debate", disse.
Os ataques ao programa ficaram por conta da oposição, principalmente em relação à participação de médicos cubanos. "Pagou-se antes mais de R$ 10 mil por médico por mês. Pelo contrato, 5% ficam com a Organização Panamericana da Saúde (Opas), R$ 1,5 mil com o médico e o resto não se sabe para onde vai", disse o deputado Mandetta (DEM-SP).
O ministro explicou que a desistência de profissionais do Mais Médicos é "baixíssima". Até hoje, 91 dos 9.501 médicos participantes abandonaram o programa, sendo sete cubanos. "Os médicos cubanos não vêm para cá iludidos", destacou Chioro.
Já os deputados do PT saíram em defesa do ministro. "O Mais Médicos está diminuindo a demanda por atendimento neste país", argumentou Amauri Teixeira (PT-BA).