Nos dois primeiros meses do ano, o vírus H7N9, um dos micro-organismos que causa a gripe aviária, causou mais mortes na China do que no ano passado. Segundo a Agência de Saúde e Planejamento Familiar do país, em janeiro e fevereiro, 72 pessoas perderam a vida em consequência das complicações da infecção. Em 2013, foram registrados 46 óbitos. O aumento de 56% deixa autoridades de todo o mundo em alerta porque a cepa tem uma capacidade maior de mutação e costuma ser mais letal que outros subtipos também ligados à doença.
Como o período é de inverno na China, esperava-se um aumento dos casos de gripe -- fenômeno inverso ocorreu entre julho e agosto de 2013, quando o calor dificulta as contaminações. No entanto, o número tem surpreendido por ultrapassar tanto os meses anteriores. Além das mortes, em janeiro e fevereiro foram infectadas 226 pessoas, contra 140 em 2013.
No fim de janeiro deste ano, quando os número começaram a subir consideravelmente -- foram 127 casos e 31 mortes --, Jake Dunning, pesquisador do Imperial College, no Reino Unido, que monitora o surto, comentou que havia "uma clara segunda onda do H7N9". A primeira se deu em março passado, quando o vírus foi descoberto. Também no mesmo mês, a Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgou que reconhecia o aumento dos casos, mas que não avaliava que a situação demandasse uma alteração "na avaliação de risco" feita por ela.
O que especialistas em saúde temem é que o micro-organismo sofra uma mutação que torne possível o contágio do vírus entre humanos, o que aumentaria consideravelmente o surgimento de uma pandemia de gripe. Os casos registrados até agora são de pessoas que foram a mercado de aves ou tiveram algum outro tipo de contatos com animais infectados. Os sintomas gerais incluem tosse, febre e dificuldade para respirar, podendo complicar para uma infecção respiratória e depois uma pneumonia grave.