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Vacina da coqueluche em apenas uma dose

15 de janeiro de 2014
 
Paula Takahashi
 
Vacinação única e via nasal contra a coqueluche. A simplicidade na imunização é uma promessa que ganhou força com os resultados de um estudo que é desenvolvido por pesquisadores ligados ao Instituto Nacional Francês de Saúde e Pesquisa Médica (Iserm). Os cientistas garantem ainda que a intervenção será mais barata que a disponível atualmente.
 
De acordo com Camille Locht, coordenador do Child-Innovac, projeto do Iserm em que a pesquisa está inserida, a vacina foi aplicada com sucesso em 48 adultos. A intenção, nessa primeira etapa de testes com humanos, foi mensurar, sobretudo, a segurança do procedimento. Os adultos foram distribuídos em quatro grupos: um recebeu placebo, os outros três, diferentes doses da vacina, classificadas como baixa, média e alta, conforme a quantidade do princípio ativo presente.
 
Depois de seis meses de acompanhamento, os resultados mostraram que uma única dose nasal foi suficiente para induzir rapidamente uma resposta imunológica à presença da bactéria Bordetel-la pertussi, causadora da coqueluche. Os voluntários medicados com a vacina não apresentaram efeito colateral, independentemente da dose administrada.
 
Durante os testes, foram avaliados episódios adversos, como tosse, espirros e corrimento nasal, e efeitos da vacina sobre a saúde geral dos voluntários. Ao comparar as informações, examinadas por um comitê independente de monitoramento de dados, chegou-se à conclusão de que a vacina com a dose mais alta funcionou de forma mais efetiva.
 
Locht e os outros cientistas envolvidos no projeto pretendem, agora, "otimizar" a dose necessária e "estabilizar" a vacina -- composta por bactérias vivas, mas geneticamente atenuadas -- para planejar o desenvolvimento industrial dela. "Esse método original de administração fará a vacina acessível a um maior número de pessoas e a um custo menor", diz Locht. O cientista também acredita que a técnica poderá ser aplicada contra os principais patógenos respiratórios.
 
Alerta mundial
 
Também conhecida como pertussis ou tosse comprida, a coqueluche voltou a preocupar autoridades de saúde pública de vários países. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que os casos da doença infectocontagiosa aguda triplicaram na América Latina em cinco anos. O Afeganistão enfrentou um surto da doença em 2002, na região norte: 100 pessoas morreram em 10 dias. Desde então, a OMS incentiva o fortalecimento das imunizações no país.
 
No Brasil, de acordo com o governo, os casos quase dobraram em um ano. Pularam de 2.258 em 2011 para 4.453 em 2012. Em 2011, 70% dos registros foram em crianças com menos de 1 ano, sendo que, dessas, 92% eram bebês de até 6 meses de idade.
 
A estimativa é de que, anualmente, 300 mil pessoas morram em decorrência das complicações da coqueluche, sobretudo bebês muito novos, que não desenvolveram proteção total contra a doença. A infecção pela Bordetella pertussi pode evoluir para complicações pulmonares, neurológicas e hemorrágicas.
 
Em 2011, o Brasil registrou 55 mortes pela doença -- todas de crianças com menos de 6 meses. A vacinação disponível é dividida em três etapas: aos 2 meses, aos 4 meses e aos 6 meses da criança, e faz parte de uma combinação de imunizações, chamada vacina tríplice clássica (DPT). Ao mesmo tempo, protege contra difteria, coqueluche e tétano. Também é possível proteger adultos contra a coqueluche. O Ministério da Saúde planeja começa a vacinação de grávidas neste ano.
 
Fonte: Correio Braziliense


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